Parte dos gestores municipais brasileiros que ficaram retidos em Tel Aviv após o início dos conflitos entre Israel e Irã, na última quinta-feira (12), conseguiu cruzar a fronteira com a Jordânia em segurança, nesta segunda-feira (16).
“Graças a Deus, deu tudo certo na viagem […] e já estamos aqui, na Jordânia, fazendo os procedimentos de visto”, informou, em uma mensagem de vídeo, o tesoureiro da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Nélio Aguiar, pouco após chegar à Jordânia, de ônibus.
Aguiar integra o grupo de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e secretários municipais que viajaram a Israel com a justificativa de participar de uma feira de tecnologia e segurança. Segundo a CNM, além de Aguiar, fazem parte do primeiro grupo que conseguiu deixar Israel após as operações do Aeroporto Internacional de Tel Aviv serem suspensas:
- Prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião;
- Secretário de Segurança Pública de Belo Horizontel, Márcio Lobato;
- Prefeito de Macaé (RJ), Welberth Porto;
- Prefeito de Nova Friburgo (RJ), Johnny Maycon;
- Prefeito de João Pessoa (PB), Cícero de Lucena;
- Vice-prefeita de Divinópolis (MG), Janete Aparecida;
- Vereador do Rio de Janeiro, Flávio Guimarães,
- Secretário de Segurança Pública de Niterói (RJ), Gilson Chagas,
- Secretário de Planejamento de Natal (RN), Francisco Vagner;
- Chefe-executivo do Centro de Inteligência, Vigilância e Tecnologia de Segurança Pública do Rio de Janeiro (Civitas), Davi de Matos.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores de Israel garantiu que fará “todos os esforços, em coordenação com a Embaixada do Brasil, para garantir uma saída segura para os demais brasileiros de todas as delegações, sempre que houver as condições adequadas para o deslocamento”.
Em uma mensagem de vídeo, o prefeito de João Pessoa, Cícero de Lucena, contou que, ao chegar à Jordânia, o grupo foi acolhido por funcionários da embaixada do Brasil. “Agora, vamos seguir para a Arábia Saudita, já que, lá, o espaço aéreo está aberto. Continuamos com bastante segurança e tranquilidade”, comentou Lucena.
Conflito
A viagem das autoridades públicas brasileiras ocorre em meio à guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas – conflito bélico que se arrasta há décadas e se intensificou em outubro de 2023, quando o Hamas atacou Israel, matando e sequestrando civis em território israelense.
A partir daí, a reação militar israelense arrasou a Faixa de Gaza, ceifando milhares de vidas, incluindo de civis e crianças. Em resposta às ações do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o governo brasileiro estuda medidas para romper relações militares com Israel.
Além de ocupar a Faixa de Gaza, Israel abriu, na semana passada, uma nova frente de guerra, bombardeando o Irã durante a madrugada da última sexta-feira (13). Segundo Tel Aviv, os alvos dos ataques foram instalações militares e nucleares. De acordo com fontes iranianas, ao menos nove pessoas morreram e uma centena ficou ferida já neste primeiro ataque israelense.
A retaliação iraniana não demorou e, no mesmo dia (13), mísseis balísticos atingiram Tel Aviv e Jerusalém.