A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por intermédio da 5ª Delegacia de Polícia, deflagrou, nesta quinta-feira (6), operação policial destinada ao cumprimento de mandados de busca e apreensão, sequestro de bens e prisão preventiva contra organização criminosa especializada em extorsões mediante fraude digital. As diligências são executadas simultaneamente em seis municípios do Rio Grande do Sul e um município de Santa Catarina.
A investigação, iniciada a partir de ocorrência registrada em 29 de janeiro de 2024, revelou modus operandi sofisticado: os alvos eram abordados por aplicativos de mensagens instantâneas e submetidos a grave intimidação psicológica, incluindo o recebimento de imagens de armas de fogo e ameaças diretas a familiares. Os criminosos utilizavam a denominação de facção criminosa para potencializar o temor das vítimas e forçá-las a realizar transferências via Pix.
No episódio que originou o inquérito policial, a vítima efetuou duas transferências que somaram R$ 1 mil, após ter dados pessoais sensíveis expostos pelos extorsionários como forma de validar a ameaça e demonstrar capacidade de localização.
O avanço das diligências investigativas, contudo, expôs dimensão significativamente maior do empreendimento criminoso. Mediante análise de inteligência financeira e afastamentos de sigilo judicialmente autorizados, foi possível identificar movimentação financeira superior a R$ 2,65 milhões. O rastreamento patrimonial evidenciou padrão típico de ocultação de valores: transações fracionadas, contas interpostas e fluxos cruzados entre titulares vinculados por laços familiares ou associativos — técnica característica da fase de dissimulação (layering) no processo de lavagem de capitais.
Com as provas da investigação, o Poder Judiciário expediu mandado de prisão preventiva do principal articulador do esquema e uma comparsa. As investigações apontam para a prática dos crimes de extorsão (art. 158 do Código Penal), lavagem de dinheiro (Lei nº 9.613/1998) e atuação em organização criminosa voltada à prática reiterada de fraudes e extorsões mediante dispositivos eletrônicos, cujas penas máximas ultrapassam os 28 anos de prisão.
Assessoria de Comunicação – Ascom/DGPC
PCDF, excelência na investigação

